Estou me sentindo culpada por estar tão triste e insegura, quando não deveria estar.
Agora que as coisas parecem entrar nos eixos, que eu não estou mais sozinha como sempre estive, eu não tenho o direito da tristeza e da insegurança. Mas é assim que me sinto.
A vida vai me chamar de ingrata, o destino vai dizer que não passo de uma menina mimada, mas não posso mentir pra mim mesma, apesar de mentir pra todo mundo.
E preciso gritar, nem que seja aqui, tacitamente, onde só eu possa ouvir.
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Meu pai me ligou pedindo uma palavra de consolo.
E eu atirei uma pedra na cara dele. Com força.
Ele disse que meu irmão vai ao psicólogo e culpa o próprio pai por todos os problemas de sua vida. Eu respondi que, um dia, as coisas ruins que a gente faz voltam. É a lei do eterno retorno. E ele me perguntou: “Mas o que foi que eu fiz?”
O que acontece é que eu comecei a relatar o que foi que ele fez, caso não se lembrasse. Mas não deu tempo de chegar a um décimo da história.
Antes de desligar o telefone rápido, meu pai ainda disse: “Então eu vou me matar por causa disso.” E eu: “Vai lá! Boa sorte! Eu já não me comovo mais com essa frase. Afinal, comecei a ouvi-la quando tinha seis anos!”
Tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu...
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